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18 de janeiro de 2023

Veja como a demanda crescente pelo ‘Watt verde’ está transformando o setor de energia

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A crescente preocupação ambiental leva o setor de energia elétrica brasileiro a uma transformação. Grandes empresas direcionam bilhões para projetos de geração a partir de fontes renováveis, como solar e eólica, enquanto pequenas surgem com soluções do tipo para clientes corporativos menores e pessoas físicas. No centro disso tudo está o comprometimento crescente de empresas e governos com a redução de poluentes para frear o aquecimento global.

As últimas conferências mundiais de meio ambiente e mudanças climáticas tiveram papel fundamental para difusão e inserção das energias renováveis na matriz energética mundial — observa André Freitas de Moura, professor da FGV e consultor de negócios.

Moura acrescenta:

— As empresas estão apostando em energia renovável porque entenderam que é o futuro, que a demanda por energia limpa vai crescer. Essa tendência vem de quatro anos, mas agora ficou mais intenso.

Em relatório divulgado em dezembro, a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que, entre 2022 a 2027, a capacidade de geração de fontes renováveis deve crescer quase 2.400 gigawatts (GW), o equivalente à capacidade instalada de energia de toda a China hoje e a um aumento de 85% em relação aos cinco anos anteriores. Em 2030, espera-se que 35% da geração global de energia venha dos ventos, e 33% de fonte solar.

O Brasil tem ambiente ainda mais favorável por já ter matrizes energética e elétrica com alta participação de fontes renováveis. No caso da energética, que abrange eletricidade e combustíveis, o Brasil tem quase a metade (44,8%) renovável, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), comparada a 15% na média mundial, de acordo com a AIE. Na matriz elétrica, 83% da eletricidade no Brasil vêm de fontes renováveis, contra 29% no mundo.

Essa vantagem conta muito para as exportadoras, que vêm sendo cobradas para descarbonizar produção, o que é possível no Brasil de forma mais rápida e barata.

— Nossos principais clientes são os grandes industriais do país. Todos têm metas claras de descarbonização, e a energia limpa é fundamental — diz Erika Lima, diretora de Planejamento Estratégico e ESG da AES Brasil, que começou a diversificação do portfólio em 2017 ao adquirir o parque eólico Alto Sertão II e, desde então, foca no desenvolvimento e aquisição de outros ativos de fontes complementares à hídrica e com contratos de longo prazo.

Capacidade dobrada
Nos últimos cinco anos, a geradora mais do que dobrou sua capacidade instalada, atualmente de 5,2 GW, e deve agregar mais 1 GW com os complexos eólicos em construção em Tucano (BA) e Cajuína (RN). Em agosto de 2022, anunciou ainda a compra de três usinas eólicas, duas em Pernambuco e uma no Rio Grande do Sul, somando R$ 2 bilhões.

Fonte: Globo

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