Indústria de óleo e gás gera inovação e tecnologias que contribuem para a transição energética
Protagonista na produção global de energia, o setor de óleo e gás assumiu também um papel importante no caminho para uma economia de baixo carbono. A tecnologia de ponta desenvolvida pela indústria de petróleo ao longo de muitas décadas tem sido essencial para a transição energética, em que as renováveis ganham relevância e contribuem para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
A inovação está presente não apenas no desenvolvimento de energias alternativas — como solar, eólica, hidrogênio verde e biocombustíveis —, mas também na adoção de técnicas de descarbonização das operações da indústria, como a de reinjeção de CO2 nos reservatórios de petróleo, que evitam que o gás carbônico chegue à atmosfera, e de programas de eficiência energética.
Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, ressalta que a transição para fontes mais renováveis é um processo gradual. Hoje, diz, não se fala tanto em segurança, mas em soberania energética:
— Todo mundo no dia a dia tem um componente ligado à indústria de óleo e gás. É um modelo de vida, e não por outro motivo 85% da energia do mundo hoje vem dos combustíveis fósseis. É um desafio gigantesco fazer a transição energética e não vai acontecer do dia para a noite. Os países estão muito focados em como ficar soberanos energeticamente para não ficarem submetidos às vicissitudes do mercado internacional. Talvez não exista indústria no mundo tão tecnológica como a de óleo e gás. Tirar petróleo do pré-sal é tão complicado como colocar o homem na lua. Temos um papel na discussão da redução da emissão de gases e muito a contribuir nesse processo de transição energética.
Ardenghy cita alguns casos em que a tecnologia da indústria de óleo e gás nacional colabora para a transição energética, como a obtenção de energia a partir dos ventos que sopram em alto mar.
— Noventa e cinco por cento do petróleo que se produz no Brasil é offshore. Condições de corrente, posicionamento dinâmico, regime de ventos, tudo já é mapeado pela indústria de óleo e gás. O conhecimento do ambiente em alto mar é muito forte no setor de óleo e gás e colabora muito nos projetos de energia eólica offshore.
Nas ações de descarbonização, a indústria de petróleo se desenvolve de forma acelerada. O Brasil é líder na tecnologia de reinjeção de CO2 nos reservatórios, com 30 milhões de toneladas de carbono que deixaram de chegar à atmosfera, destaca Ardenghy. Medidas para concentrar a geração de energia elétrica nas plataformas, que consomem eletricidade equivalente a uma cidade de 200 mil habitantes, têm reduzido em até 15% a emissão de CO2.
Fonte: G1
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