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6 de novembro de 2023

Soja domina cultivo na agricultura familiar, principalmente no Sul e Centro-Oeste

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Com base em dados dos financiamentos agrícolas de 2016 do Banco Central e do Censo Agropecuário de 2017 do IBGE, o CPI/PUC-Rio avaliou que apenas 22% do valor dos alimentos produzidos no país foram financiados pelo crédito rural. Os números são mais altos na agricultura empresarial do que na familiar em todas as regiões. No Sul, 34% do valor de venda da produção da agricultura familiar foi financiado. No Norte e no Nordeste, esse percentual foi de apenas 2%. No Centro-Oeste e no Sudeste, esse índice foi de 10%.

A soja foi o principal cultivo da agricultura familiar no Brasil, com uma fatia de 25% do total do valor de venda de produtos desse segmento. Em seguida vêm o fumo (16%), o café (14%), o milho (8%), a mandioca (5%), a banana (5%), a uva (3%), a cana (2%), o arroz (2%), o cacau (2%) e o feijão (2%).

A soja se destaca no Centro-Oeste e no Sul. No Sudeste, o café lidera em termos de valor de venda. O Nordeste desponta com a produção de banana, mandioca, cacau e cana. No Norte, o destaque é o açaí. Segundo o CPI/PUC-Rio, a comparação entre o valor da venda de cada cultivo com o montante de recurso do Pronaf alocado para eles mostra como diferentes produtos recebem financiamento.

De acordo com a pesquisa, 41% do valor de venda da soja, 89% do valor de venda do milho e 77% do valor do trigo produzidos pela agricultura familiar, com base em dados de 2016, foram financiados pelo Pronaf. Na outra ponta estão a mandioca (6%), banana (2%) e cacau (1%).

A pesquisadora Priscila Souza, que liderou o estudo, disse que o acesso ao crédito rural é determinante para o aumento da produtividade, da produção e da renda familiar. Segundo ela, falta conhecimento financeiro à maioria dos agricultores familiares que não conseguem obter esses recursos.

Apesar de o número de grandes produtores sem acesso ao crédito rural ser semelhante ao de pequenos, eles têm outras possibilidades de financiamentos privados, aponta. Ela reconhece que as regiões mais bem atendidas têm melhor estrutura produtiva, com a presença de cooperativas agropecuárias e de crédito. Mas diz que é necessário fomentar esse cenário onde o público continua desassistido — e não sem demanda.

“É preciso desenhar programas de forma a gerar incentivo às instituições financeiras para operarem com esse público e para cumprirem os objetivos do crédito rural. Do jeito que está, se o agente puder operar com produtor de soja do Centro-Oeste, será uma escolha natural para a maximização dos seus resultados”, disse.

Fonte: Globo Rural

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