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Manchetes do Mercado

2 de novembro de 2020

Seguro paramétrico terá subvenção a partir de 2021 e promete ser mais barato

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A partir de 2021, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), mantido pelo Ministério da Agricultura, vai custear o seguro paramétrico. Essa modalidade é uma novidade no Brasil e dá ao produtor a possibilidade de moldar o seguro forma que achar melhor para a produção.

“Paramétrico é todo aquele seguro que você consegue mensurar de alguma forma remota: por satélite, por estações meteorológicas ou por outros índices que você consiga avaliar uma quebra de safra, uma produção ou uma variação climática”, explica o head de Agro da Newe Seguros, Gabriel Lemos.

Segundo ele, o mais procurado é o seguro contra seca, em que o produtor especifica um período crítico. “Pode ser todo o período de cultivo ou somente o período de enchimento dos grãos, que é o mais crítico em caso de falta de água. Aí ele [o agricultor] define um índice. Ele diz: ‘Olha, geralmente eu preciso de 200 milímetros no período pra ter uma boa produção agrícola. Se chover menos que esses 200 milímetros, eu gostaria de ser indenizado. Daí a seguradora faz um índice dessa forma”, conta.

Para o diretor do departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola, esse tipo de seguro oferece algumas vantagens por trabalhar com índices pluviométricos, variáveis de temperatura e também avaliando a perda de produtividade ou a perda de qualidade de um empreendimento agrícola. Ainda segundo Loyola, esse é um produto diferenciado no mercado de seguros.

“O custo é, geralmente, um pouco menor, porque você não tem necessidade de ir a campo para fazer a regulação do sinistro, e você pode também ter pagamentos de indenizações em tempos distintos. Não precisa esperar a colheita. Às vezes, o produtor está em uma área que teve perda já no início da safra. Ele recebe uma indenização neste momento. Depois, ele conseguiu plantar em outras áreas, mas perdeu de novo, então recebe outra indenização”, explica Loyola.

A subvenção ao seguro paramétrico estará disponível nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestas a partir de 1º de janeiro do ano que vem. Até 20% do seguro contratado poderá ser custeado pelo governo, desde que essa porcentagem não ultrapasse o limite anual de R$ 48 mil para a categoria agrícola e de R$ 24 mil para as outras categorias.

Segundo o diretor de Gestão de Riscos, a princípio, o seguro tem potencial maior para grandes áreas, em atividades como grãos, café e cana-de-açúcar. “Depois que for desenvolvido melhor esse produto no país, calibrado esses índices, acredito que ele vai se expandir para produtores de todos os tamanhos.”, afirma.

O diretor de Agronegócios da seguradora Swiss Re Corporate Solutions, Glaucio Toyama, afirma que o agricultor mais tecnificado do ponto de vista de controle de informações facilita a discussão sobre as condições do seguro, mas que é possível incluir mais produtores. “A gente acaba trazendo essas soluções pela tecnologia que a gente opera com satélites, radares e estações meteorológicas”, conta.

Seguro mais barato

As seguradoras que ofertam esse tipo de serviço apontam que o seguro paramétrico pode ser uma das opções mais baratas em relação às que existem hoje no mercado. Gabriel Lemos destaca quais os fatores que tornam a nova modalidade mais atrativa. “No paramétrico nós sabemos o que está sendo precificado, pois o produtor consegue fazer o levantamento do clima de forma mais realista. O paramétrico pode ter o preço que o produtor quiser, porque vai mexer na questão da frequência e da severidade dos eventos do clima que ele mesmo define”.

“Com a adoção de um parâmetro o produtor consegue medir a perda de forma mais rápida e consistente, diminuindo assim os gastos operacionais e dando transparência sobre os gatilhos de indenização para os produtores. É uma relação ganha-ganha na operação”, complementa Glaucio Toyama.

Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), quanto mais opções de seguro, melhor para o produtor. Por outro lado, a entidade lembra que é preciso ficar atento na hora de fechar o contrato.

“O produtor precisa observar as condições específicas da apólice. Por exemplo, ficar atento ao índice pluviométrico na hora da contratação, se de fato, ele está adequado com a região dele. É importante ele ter em mente de quanto será a indenização em caso de perdas, para poder honrar seus compromissos e garantir que o seguro não será apenas um custo, pois sua função é indenizar o produtor em caso de perdas”, ressalta Fernanda Schwantes, assessora técnica de política agrícola da CNA.

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