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Manchetes do Mercado

6 de outubro de 2020

INSUMOS: COM AQUISIÇÃO DA VALAGRO, SYNGENTA CRESCE EM BIOLÓGICOS E MIRA BRASIL

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O grupo Syngenta anunciou nesta terça-feira a aquisição da empresa italiana de produtos biológicos Valagro por meio de sua unidade de negócio Syngenta Crop Protection (proteção de cultivos). O valor do investimento não foi revelado. Com o anúncio, a Syngenta deve se tornar um dos três principais players globais em produtos biológicos e se prepara para buscar a liderança do mercado, disse o head global de biológicos da Syngenta, Corey Huck, em entrevista ao Broadcast Agro. A empresa se disse aberta a novas aquisições no setor de biológicos no futuro.

Segundo Huck, o mercado de biológicos hoje no mundo é de cerca de US$ 4 bilhões, mas deve chegar a US$ 10 bilhões até 2023. “Durante esse período de tempo, queremos nos tornar os líderes de mercado”, afirmou. Conforme o executivo, atualmente o segmento é fragmentado, com muitos participantes diferentes. “Acreditamos que há uma oportunidade de trazer ciência, uma mensagem realmente clara e um portfólio de produtos excelentes para os produtores de todo o mundo.”

Conforme o executivo, a operação da Valagro “é muito complementar” à da Syngenta. A empresa disse esperar que o portfólio em bioestimulantes e nutrientes especializados da Valagro complemente a gama atual de bioestimulantes e biocontroles da Syngenta Crop Protection, assim como sua futura linha de soluções biológicas. “Nós já temos um negócio biológico estabelecido junto com o negócio de proteção de cultivos, mas a aquisição da Valagro, com suas tecnologias e seu portfólio, expande muito, pelo menos 10 vezes, o nosso portfólio anterior. Isso realmente incentiva e expande nossa base para negócios biológicos”, disse Huck.

Além disso, o executivo apontou que o investimento faz parte da estratégia da Syngenta de prover ferramentas sustentáveis aos produtores, desenvolver projetos e tecnologias para enfrentar a mudança climática e responder à demanda de consumidores por mais informações sobre como os alimentos são produzidos.

A Valagro registrou receita de US$ 175 milhões em 2019 e, entre 2009 e 2019, teve taxa composta de crescimento anual (CAGR) de aproximadamente 10%. Após a transação, continuará operando como uma marca independente no mercado como parte da operação da Syngenta Crop Protection. Segundo o CEO da Valagro, Giuseppe Natale, a percepção da necessidade de investimento constante em pesquisa em biológicos foi crítica para o negócio. “É preciso muita ciência para entender melhor como funciona o produto biológico, então estávamos, desde o começo da empresa, muito focados nisso. Acho que esse foi o terreno comum em que começamos nossa discussão.”

A Valagro tem atualmente no Brasil uma fábrica em Pirassununga, no interior de São Paulo, onde produz bioestimulantes e fertilizantes hidrossolúveis. “Nossa estratégia de produção, a planta brasileira, apoiará a expansão de toda a região Latam (América Latina) e sua pegada é ser mais eficaz e competitiva no mercado”, disse Natale. Segundo Corey, a América Latina já é uma das regiões mais importantes para o setor de proteção de cultivos da Syngenta e, para os produtos biológicos, “certamente há ambições de crescimento e participação de mercado”.

Segundo Natale, 35% do turnover (volume de negócios) gerado pela Valagro vem das Américas, com os dois mercados mais importantes sendo Estados Unidos e o Brasil. “Apesar da boa presença que temos no Brasil e na América Latina, consideramos que existe uma grande oportunidade de crescimento futuro.” Conforme o executivo, hoje o foco no País está em frutas e vegetais, mas ele vê “grande oportunidade de expansão” nas chamadas row crops, como soja e milho.

Conforme Huck, além do Brasil, considerado o “mercado principal” dentro da América Latina para biológicos, a Syngenta vê potencial de avançar no segmento também na Argentina, no México e no Chile. “Acho que na América Latina como um todo temos muitas oportunidades de crescimento. Mas há países em que a Valagro teve muito sucesso, então podemos expandir isso também”, disse.

Os biológicos ainda representam parcela pequena da receita da Syngenta em proteção de cultivos, segundo Huck. “Mas à medida que obtivermos portfólio e crescermos, há muitos motivos para o segmento biológico crescer a uma taxa desproporcional em relação ao restante do negócio, então o vemos como sendo mais significativo no longo prazo.”

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